Quase

“Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que incomoda-me, que entristece-me, que mata-me trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.”
Luís Fernando Veríssimo

Tem coisa pior do que ficar no quase? Não existe frustração pior do que não ter conseguido aquilo que você mais quer na vida por pouco. Por tão pouco que parece piada não ter passado.
Hoje eu entendo o que eu li em um livro a algum tempo atrás, o livro é DEPOIS DAQUELA VIAGEM, e a passagem que me veio a memória depois de ter visto que não tinha passado na terceira chamada do meu curso porque uma pessoa não desistiu, foi a de quando a personagem principal se vê diante da lista de aprovados para o curso de jornalismo na USP. Ela se sente frustrada por não ter conseguido a vaga e se vê indo na casa de todos os aprovados para ver se eles aproveitaram o curso, se tinham os grandes planos que ela tinha. Perguntar pra cada um se eles tinham sonhado com aquele curso e com aquela oportunidade durante anos. Talvez isso traduza o meu sentimento. Tudo bem que eu me interessei pela Arquitetura a pouco tempo, mas não me vejo fazendo outra coisa, me esforcei absurdamente pra aprender a desenhar em dois meses, assisti aulas de literatura no dia que meu primo estava sendo velado, eu abri mão de uma série de convites feito por pessoas que eu amo de paixão. Eu me esforcei pra estar dentro. Talvez não tenha dado o meu melhor, mas fiz um bom trabalho. Eu mereço passar. Dia 18 tem a quarta chamada. E eu sou a primeira da lista. Espero muito poder ter meu nome lá e entrar na Universidade, largar essa vida de vegetal que todos que fazem cursinho tem. E se não passar paciência né? Eu não vou morrer se tiver que fazer mais um semestre de cursinho.

Beijo pra vocês, e se eu sumir é porque tou fazendo cursinho!